Este era para ser um post sobre a Galiza … Pelo menos esse era o objetivo que eu e Emanuele marcámos para aqueles dias de Junho: uma região que ambos queríamos mesmo visitar já há muito tempo. Eu até já iria estar pelo norte de Portugal, e nós estávamos mortinhos por uma boa road trip, parecia um plano perfeito. Mas porque nunca há tal coisa como um plano sem falhas, há sempre um imprevisto de última hora, e no final os planos foram baralhados e tiveram que ser começados do zero. A Galiza ficou muito longe pelo curto período de dias que tivemos, mas nós já tínhamos algo em mente.
Montanhas Mágicas é uma marca para um grupo de montanhas no centro de Portugal, entre os rios Douro e Vouga, que inclui as cadeias montanhosas Freita e Arada (exatamente onde andámos por aqueles dias). É uma região não tão remota quanto as outras no país, embora chamar algo “remoto” em um pequeno país da Europa Ocidental seja um pouco tolinho. Está a apenas a 50 quilómetros das cidades mais prósperas da costa, mas de certa forma está mais distante que isso. É uma região onde pequenas aldeias de casas de telhas negras, escondidas nos vales mais profundos, acessíveis por estradas sinuosas e estreitas e sinuosas, tudo isso para estar mais perto das ricas pastagens que alimentavam os grandes rebanhos de ovelhas e cabras. Quase como que quisessem tornar difícil chegar lá.
Já há bastante tempo que queria levar uma máquina fotográfica até lá, na verdade até foi a minha primeira escolha para aqueles dias de estrada. De uma certa maneira aquelas montanhas são mágicas para mim, tendo passado uma boa parte dos meus Verões no sopé da Serra de Arada, olhando as montanhas da janela. Da mesma maneira que há uns anos comecei a explorar as margens do rio Tejo perto de casa (uma zona que apesar de estar ao alcance da vista na verdade era-me tão familiar como as margens do rio Shyok no Norte da Índia), havia uma grande parte desta região que me era ao mesmo tempo próximo e desconhecido. E por isso mesmo, tal como com as margens do Tejo, era uma excelente razão para querer ir até lá.
E para finalizar numa nota mais técnica, relacionada com o tratamento de das fotos, como em quase todas dos últimos tempos estas foram processadas usando os meus presets como ponto de partida. Se está curioso na escolha para a Kodak Ektar 100, Kodak Ektachrome 100 GX e Kodak Ektachrome 100 VS
Belissímas imagens João, parabéns!