A maioria das tradições de máscaras em Portugal acontece no noroeste do país, onde a distância da costa e das principais cidades, juntamente com as montanhas que estão pelo meio meio, permitiu que essas tradições pagãs sobrevivessem. Lazarim é uma daquelas aldeias com tradições pré-cristãs: um Carnaval que se esconde atrás de máscaras de madeira de amieiro. Apesar de não ser o lugar mais distante dos grandes centros, o facto de estar em um fundo de um vale em plena Serra de Montemuro faz com que seja mais isolado do que aparentemente é.
É esse isolamento, junto com a resiliência daqueles que lá vivem, que mantêm a tradição viva. O que inicialmente era um ritual pagão de fertilidade, e altamente subversivo devido à s máscaras e ao anonimato, sobreviveu a um rigoroso regime fascista com fortes valores católicos. É um traço comum de todas as tradições de máscara se seguir nos últimos anos: a igreja e o padre local nunca gostaram muito disso. Em Lazarim, durante os anos da ditadura, as festividades geralmente acabavam na esquadra, e depois no tribunal, onde toda a aldeia aparecia em peso para o julgamento..
Hoje em dia a “guarda” não vão mais atrás do povo de Lazarim, e pequenas multidões aparecem no fim de semana do Carnaval, especialmente na Terça-Feira Gorda, para participar nos festejos. As coisas evoluíram. As máscaras de amieiro ainda são construídas segundo os motivos tradicionais, mas outras mais modernas apareceram (embora as classicás máscaras do diabo ainda sejam as mais marcantes), e foi criada uma competição onde todos os artesãos quere obter o troféu da melhor máscara do ano.
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