Ao voar para Hong Kong tinha já algumas imagens na minha cabeça: um Anime futurista ou um daqueles série B de Hong Kong, apesar de não ser fã empedernido de nenhum desses géneros de filmes. Ia à espera de um enorme cenário de cinema: neóns vintage a piscar, posters a ocuparem prédios inteiros, enormes ecrãs ou pequenos anúncios LED a iluminar as ruas. Obviamente houve muito mais na viagem que isso, mais que “essa” Hong Kong, mais que ruas e cidades, mas a referência visual mais presente na minha cabeça era um universo caótico de luz e cor que parecia saído de um filme. E acabei por transportar esse mundo cinemático também para Macau e Taiwan
Apesar de espampanantes , não foram os casinos que me cativaram em Macau, talvez por serem demasiado artificiais, cheios de ar e sem alma. E nas ruas estreitas em volta das Ruínas de São Paulo, apesar de encantadoras e cheias de personalidade, rapidamente se esbarra num grupo de turistas com as suas caixas de pasteis de nata. Fui encontrar o meu cenário de filme mais a Norte, até já não poder as luzes dos casinos a piscar por entre os betão negro dos edifícios na cidade, nos bairros mais junto ao Mercado Vermelho e à s Portas do Cerco.
Em Taiwan fui encontrar uma China diferente, uma mais arrumada e organizada. E em especial em Taipé, uma cidade vibrante com cruzamentos cercados de luz e cor e, por breves momentos, todo o trânsito para e as pessoas caminham em todas as direções. Bairros animados cheios de lojas da moda, mercados nocturnos onde se faz fila para obter aos melhores snacks de meia-noite, e junto há salas a debitar luz e música alta para atrair as pessoas para as máquinas de jogos de garra cheias de brinquedos inúteis que estão lá dentro. É uma China diferente, onde se sente a distância do continente e a proximidade do Japão.
Finalmente Hong Kong, a última paragem antes de voar para casa, e a personagem principal do universo cinemático na minha cabeça. A metrópole caótica onde o novo e o velho partilham o mesmo espaço limitado: os arranha-céus reluzentes que são construídos a cada ano vão partilhar o espaço com eléctricos que fazem uma rota que é feita há mais de 100 anos, tal como os ferries que cruzam Victoria Harbour. Na margem oposta as coisas tornam-se ainda mais estimulantes, com os bairros agitados e caóticos de Kowloon: ruas cheias com mercados a vender todo o tipo de coisas inúteis, lotados com pessoas a tentar passar o pouco espaço disponível e, mesmo por cima, enormes luzes de neón a lutar pela atenção de quem passa em baixo. E essas não me desiludiram de todo!
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